terça-feira, 17 de março de 2009
Os perigos na universidade
Duas desgraças rondam a universidade: o autoritarismo e o populismo. O primeiro compromete a criatividade; o segundo, o rigor, de onde se alcança a verdade.
sexta-feira, 6 de março de 2009
APRENDIZADO E EXPERIÊNCIA
O exercício de um cargo público só se justifica pelo serviço que presta. O cargo representa um certo poder e a justificativa do poder é o serviço. Para servir, porém, é preciso o aprendizado. Um médico não sai por aí curando, sem a longa preparação de anos e anos de estudo e de prática orientada por alguém mais experiente. Um pianista, sem os longos anos de formação, não pode pretender ser um concertista. Os soldados não chegam a generais no primeiro ano de caserna. Se é assim com as profissões, por que não deve ser assim com a política e com os cargos eletivos?
Por que um reitor e um vice-reitor não devem se preparar longamente para o cargo?
Pretender o cargo sem a formação para o serviço é buscar apenas o poder do cargo.
Há dois episódios na minha vida que, creio, testemunham minha busca de serviço.
Em 1989, recém saído de um mestrado, e com menos de 3 anos na UERN, fui convidado por alguns professores para assumir uma candidatura a reitor. Agradeci a deferência, mas respondi com decisão: “Não se começa uma carreira universitária sendo reitor”. Eu mal tinha experiência de sala de aula, não conhecia a instituição, não tinha maturidade intelectual nem administrativa para ousar o desafio do cargo.
O outro episódio ocorreu quando era pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação. Fui procurado por um colega, pró-reitor de uma universidade estadual do Nordeste, com a proposta de formarmos uma chapa para disputar a direção do nosso fórum. Havia uma chapa já constituída, encabeçada por um colega de grande estatura acadêmica e intelectual, com experiência administrativa no CNPq. Minha resposta foi a seguinte: “A minha universidade é ainda uma pequena universidade. Ela não reproduz internamente a diversidade do sistema nacional de ciência e tecnologia. Nós não temos lá nenhum bolsista DCR, não temos nenhum pesquisador com bolsa de produtividade do CNPq, não temos bolsas de iniciação científica. Desse modo, será extremamente difícil para mim encaminhar certas demandas quando eu não tenho a experiência de vivenciá-las internamente. Em outras palavras, minha candidatura em oposição à de Fulano não faz sentido”.
A chapa já constituída tinha todas as condições de fazer uma boa gestão, como de fato o fez. O que motivava o desejo de uma chapa de oposição era marcar o espaço das estaduais e sobretudo o das universidades do interior. Eu considerei que este não era um bom motivo para justificar uma chapa. E acho que agi certo.
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