Nasci em Cuité, cidade serrana da Paraíba. Pai sapateiro, mãe costureira. Ex-camponeses que deixaram o campo no início da década de 50. Primeiras letras em casa, com minha mãe, em seguida com professora particular que incorporava no seu método a palmatória para as insuficiências do intelecto e caroços de milho sob os joelhos para os desvios de comportamento. Primário no Grupo Escolar Vidal de Negreiros. Escola pública e boa. Pobre, mas decentíssima. Algumas vezes na semana tomava-se sopa dos ingredientes que a pobreza generalizada permitia levar para a escola. Havia um grêmio e havia teatro. No grêmio exercitávamos discursos, redação de atas e declamação de poemas. No teatro, a comunicação de emoções. Tudo aprendizado utilíssimo para quem deseja se mexer no mundo. A herança camponesa dirigiu minha formação para os assuntos da terra: ginásio agrícola em Currais Novos, técnico agrícola em Jundiaí, Macaíba, e graduação em Engenharia Agronômica, na ESAM. E mais: mestrado em Sociologia Rural, na Universidade Federal da Paraíba, e doutorado em Sociologia do Desenvolvimento, na Universidade Laval, província de Quebec, Canadá. Desde os 17 anos ganho a vida como professor.
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