Veja o que aprendi hoje, às 4:30 h da manhã, lendo Harold Bloom, na tentativa de apaziguar a insônia - graças a Deus, rara; às vezes, bendita:
“Além da extensa contribuição à teologia, Agostinho inventou a leitura, conforme a conhecemos há 16 séculos. Não sou o único a assistir, com tristeza, à agonia da leitura, em uma era que celebra Stephen King e J. K. Rowling, em vez de Charles Dickens e Lewis Carrol. Agostinho foi, basicamente, o primeiro teórico e defensor da leitura, embora, sendo um intérprete ético, tivesse repudiado um ponto de vista como o meu, que busca a sabedoria secular somada à experiência estritamente estética, ao mesmo tempo, livremente hedonista e fortemente cognitiva (…) Com Agostinho aprendemos a ler, pois foi ele o primeiro a estabelecer a relação entre leitura e memória, ainda que, para ele, o propósito da leitura fosse a conversão ao Cristo. (…) Pensamos porque aprendemos a memorizar nossas melhores leituras – na caso de Agostinho, a Bíblia e Virgílio, Cícero e os neoplatonistas, aos quais acrescentamos Platão, Dante, Cervantes e Shakespeare, com Joyce e Proust no século que apenas acabou. Mas somos sempre a prole de Agostinho, que primeiro nos disse que somente o livro é capaz de alimentar o pensamento e a memória, bem como a sua complexa interação. A leitura, por si só, não nos salvará, nem nos tornará sábios; porém, sem a leitura, cairemos na ignorância agonizante...”
“Além da extensa contribuição à teologia, Agostinho inventou a leitura, conforme a conhecemos há 16 séculos. Não sou o único a assistir, com tristeza, à agonia da leitura, em uma era que celebra Stephen King e J. K. Rowling, em vez de Charles Dickens e Lewis Carrol. Agostinho foi, basicamente, o primeiro teórico e defensor da leitura, embora, sendo um intérprete ético, tivesse repudiado um ponto de vista como o meu, que busca a sabedoria secular somada à experiência estritamente estética, ao mesmo tempo, livremente hedonista e fortemente cognitiva (…) Com Agostinho aprendemos a ler, pois foi ele o primeiro a estabelecer a relação entre leitura e memória, ainda que, para ele, o propósito da leitura fosse a conversão ao Cristo. (…) Pensamos porque aprendemos a memorizar nossas melhores leituras – na caso de Agostinho, a Bíblia e Virgílio, Cícero e os neoplatonistas, aos quais acrescentamos Platão, Dante, Cervantes e Shakespeare, com Joyce e Proust no século que apenas acabou. Mas somos sempre a prole de Agostinho, que primeiro nos disse que somente o livro é capaz de alimentar o pensamento e a memória, bem como a sua complexa interação. A leitura, por si só, não nos salvará, nem nos tornará sábios; porém, sem a leitura, cairemos na ignorância agonizante...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário